sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Crônica de uma vida resumida.



Papel e caneta, parados. Imóveis à sua frente. No entanto, sua mente viajava dando voltas entre o passado tão presente em sua vida, como uma musica que parou de tocar, mas continua sendo ouvida. A mente tem dessas coisas. Lembranças capazes de ativar os sentidos, reviver um tempo, um momento. Acordar instintos, revirar sentimentos adormecidos...

E estava assim, mergulhado em pensamentos, desde que decidiu por em palavras, aquelas memórias de sua longa e tão breve vida. Pensava em qual palavra melhor se encaixava, qual som combina com a cor dos seus dias dourados, tão bem guardados, tão bem vividos.
As horas passavam ligeiras. No papel, nenhuma linha se estendia.
As horas se acumulavam em dias, semanas, meses, anos... Sem que nenhuma palavra fosse escrita. Reuniu então coragem, nas mãos de pouca força e escreveu suas ultimas palavras:

"Foi uma vez, um homem feliz,

para sempre e fim."


- à Thiago, meu caro amigo.

Um comentário:

Cristiano Guerra disse...

Nossa. E quanta gente passa a vida assim? E quanta gente morre assim. Há os que se resumem em poesia. Há os que se resumem em coisa nenhum. Espero ser do primeiro grupo. Ou minha existência vai ser somente nem sei o que.