segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

David e Jónatas

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A história de David e Jónatas é uma das mais controversas de toda a Bíblia. Dizem que David e Jónatas eram "melhores amigos", mas quem ler as passagens, com ou sem ajuda para a interpretação, rapidamente chega a outra conclusão.
Vou citar apenas algumas passagens que considero mais relevantes. Na maioria dos casos as frases são tão explícitas que não é necessário citar os versos que as precedem ou que lhes seguem, mas quando for necessário, farei referência. Qualquer dúvida que possa surgir, perguntem ou consultem o texto completo, que pode ser encontrado nos livros de Samuel (primeiro e segundo), e vejam com os vossos próprios olhos.
Encontramos em 1 Samuel, capítulo 18:
1 Quando David acabou de falar com Saul, o coração de Jónatas ficou estreitamente unido ao de David, e Jónatas amou-o como a si próprio.3 David e Jónatas estabeleceram uma aliança, pois este amava David como a si próprio.4 E Jónatas tirou o manto que trazia vestido e deu-o a David, bem como a sua armadura, a sua espada, o seu arco e o seu cinturão.
David e Jónatas estabeleceram uma aliança e imediatamente a seguir Jónatas despe-se. Que tipo de aliança é que isto vos lembra? Talvez o casamento, ou algo semelhante? É interessante notar que Jónatas não se limita a despir-se, ele entrega as suas armas, símbolo da sua virilidade, a David. Simbólico?
O texto torna-se ainda mais explícito. Mais à frente, no capítulo 20, lemos:
30 Saul encolerizou-se contra Jónatas e disse: «Filho de uma prostituta, pensas que não sei que escolheste o filho de Jessé [David], e que isso é uma vergonha para ti e para a tua mãe?31 Enquanto viver sobre a terra o filho de Jessé, tu nunca serás rei.»
Porque está Saul tão zangado com Jónatas? Jónatas escolheu David, e isso é uma "vergonha para a tua mãe". Nesta passagem as traduções variam, o que é bastante relevante. Na maioria das traduções inglesas as palavras que encontramos são "confusion to your mother's nakedness". Isto é particularmente interessante porque em contexto bíblico a nudez de um dos progenitores é usada como eufemismo para uma relação sexual.
Mas a principal preocupação de Saul é o trono de Jónatas. Enquanto David for vivo, Jónatas nunca poderá assegurar o seu trono, porque, obviamente, não irá produzir herdeiros com David. O que é que isto implica? Jónatas amava David, e apenas David. Não havia da parte dele interesse por nenhuma mulher (ou outro homem). O seu escolhido era David.
Por causa disto, Saul decide que o melhor é que David morra. Jónatas fica bastante agustiado quando sabe, passando até um dia em jejum. Não conformado com a decisão do pai, Jónatas planeia um encontro secreto com David. A cena que se desenrola é tocante.
41 Logo que ele [o servo] partiu, David deixou o seu esconderijo e, fazendo uma reverência a Jónatas, prostou-se três vezes por terra; beijaram-se mutuamente, chorando juntos, mas David estava ainda mais comovido que o amigo.
A tradução aqui apresentada é a que se lê na minha versão da Bíblia. Mas há outras traduções, que lançam alguma confusão: trocam "mas David estava ainda mais comovido que o amigo" por "até que David excedeu". Na verdade, "excedeu" é a palavra que se encontra no texto original. O que quer dizer? Deixo aberto à vossa interpretação.
Seja como for, o resto da passagem é bastante evidente: dois amantes comovidos pela sua iminente separação, beijam-se e choram. Quantas vezes é que uma despedida deste tipo acontece entre dois homens heterossexuais?
No segundo livro de Samuel, a história continua. Jónatas morre, e David reaje com muita tristeza, num poema de lamentação. No capítulo 1 lemos as palavras de David:
26 Jónatas, meu irmão, que angústia sofro por ti! Como eu te amava! O teu amor era uma maravilha para mim, mais excelente que o das mulheres.
Esta é uma das passagens mais evidentes. Não só temos uma declaração de amor por Jónatas vinda da boca do próprio David, como temos a comparação (favorável) do amor de Jónatas ao amor (eros) das mulheres.
Mas claro, quem conhece a história de David sabe que ele se casou e deixou herdeiros (o Messias seria supostamente descendente de David). No entanto, antes de casar, David rejeitou inúmeras noivas. Aquela que aceitou, Mical, "amava David" (1 Sm 18, 20). Nunca é dito que David amava Mical. Aliás, quando David aceita casar-se, não se mostra entusiasmado com o prospecto de a ter por esposa, mas sim por ser genro do rei (1 Sm 18, 26). Apesar disto, encontramos na Bíblia referências a outros casos amorosos entre David e algumas mulheres. Agora, qual será a relevância deste facto para tirar conclusões sobre a sua relação com Jónatas? Voltemos às palavras de David: "O teu amor era uma maravilha para mim, mais excelente que o das mulheres."



vii esse texto num blog que eu tenho visitado com certa frequencia
eu espero que gostem tanto quanto eu
ele aborda temas biblicos de maneira critica e sensivel:



=*

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

"Ao nosso Amor caberá a eternidadee..."






Eu andaria mil léguas, viveria mil vidas...
e você ainda estaria no meu coraçãO!
dedicado a razão da minhaa felicidaade {Q}

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008



Dona Fernanda (essa mesmo, ai do lado), é um camaleão!

já foi de todas as cores, já viveu e morreu de amores.. ela já enlouqueceu, mas nunca se esquece de quem ela é!

ela se camufla, mas não passa despercebida.. na verdade, ela é uma atriz. pode ser muitas!! infinitas fernandas. todas com um gênio mais dificil do que o outro! tem uma que canta, a outra dança, uma que escreve uma outra que briga, e chuta o pau da barraca.. porque ela pode ser legal.. mas nem é tão boazinha... rsss*

mas o que eu mais gosto nessa guria.. é que ela não éum coração que pulsa, ou uma mente que delira.. Ela é a Mulher da Minha Vida!! (e quem disse que não?!) rssss*

bzOo's (copiados delaa) e tudo de bom!! ;DD

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A 'Senhora e O 'Flor'.. rs*


> Sempre terá a mim!

> Jura?

Ela não sabia do amanha, mas de uma coisa tinha certeza

sempre guardaria, se não o amor que agora sentia.. a ternura da sua beleza.

> Sim. E quem seria capaz de não amar, alguem tão belo?

> Quero que feche os olhos.. - passando a mão da senhora por entre sua face aveludada disse:

A eternidade sobre a qual jura o teu amor, um dia e não muito distante, irá desfolhar minha face!

não amarás se não, a lembrança dessa primavera.

>Mas tenho lhe devotado muito da minha atenção!

> Não é de atenção que lhe suplico! não é de um corpo que preciso! preciso do teu coração!!

> meu coração? eu o entreguei a alguem, alguem de quem não me lembro. este não deve ter feito bom uso dele. meu coração.. ele esta aqui, mas me valha a nada!

> e onde foi parar a tua paixão? para onde foi o teu encanto?

> mas de que encanto falas? da paixão que me resta, apenas serve para sentir o que os sentidos ou as lembranças façam parecer real! vivo apenas do que posso sentir... e esse sentir me transforma!!

>Ah se eu encontrasse, quem pode ter teu coração e não deu valor!! ahh sim.. um castigo dar-lhe-ia.. arrancaria seu coração e o enterraria onde ninguem jamais pudesse encontrar!

> de certo, este a quem entreguei o meu tesouro não deveria ter realmente um coração! e eu ja não sei do meu. mas nem só do coração provém os amores!

>do que falas, minha senhora..?

> falo das coisas abstratas, e das coisas concretas.. do que eu penso.. e do que sinto por ti. mesmo sem um dote. mesmo sem um coração! eu amo a ti. Tenho de ti, a mais profunda necessidade! não tenho se não, isso a que te devoto. o meu tempo. a minha vida. a minha adoração!

> se é ilusão. não me importa! eu tambem preciso desse cuidado que me tens... e não mais pensemos! não questionemos o amor, ou a eternidade. tudo que importa é que te tenho. e sou teu. E o que mais pode ser o Amor, se não a entrega de duas almas?!

...



rssss* ahhh na verdade esse texto é uma brincadeiraa.. é só pra abusar minhaa queridaa Nandinhaa que postou no blog delaa um texto, tb escrito por ela, chamado: O senhor e A flor..

pode conferir lá.. tah mais legal que o meeu!! rssssss* http://fmj616.blogspot.com/


;****

domingo, 14 de dezembro de 2008

Tudo que finjo,
as vezes sinto que não estou mentindo
eu sei.., estou sozinho!

Tudo que acredito
as vezes eu penso...
penso estar me iludindo!
eu sei.., estou perdido!

E tudo que eu faço
eu esqueço, eu passo, eu não me importo
eu não sei se sou assim
Eu não sei fazer parte de mim!


(eu deviaa ta em crise quando escrevi isso.. =x )

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Homenaagem ao Amor!


Recebii uma homenagem de uma amiga, sobre mim e o meu amor.. aii lembrei de um texto que uma amiga postou no blog delaa.. então.. essa eh a minha homenagem ao amor.. e é desse amor que eu sofro e sou feliz!! ;DD

ps: galeera, eu sei que é graandinhoo.. mas vale a penaa eh muito perfeeito!! *.*


"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte."
- Joao Cabral de Melo Neto
[foto por Daniel Oliveira]

domingo, 7 de dezembro de 2008


Play.. or stop!

[Foto de Rui Miguel Figueiredo]

Esqueça os jogos desses mais ou menos

Pra quê alimentar vicios

se o Amor é um fogo

que se acende sem artificios??

(o pior é que eu não lembro o nome dessa musica ;z )

sábado, 6 de dezembro de 2008

,et je suis libre! (...)

Aqui, disse com olhos brilhantes de alegria, os homens não saberiam me fazer mal. Ele teve a ideia de entregar-se ao prazer de escrever os seus pensamentos, em qualquer outro lugar tão perigoso para ele. Uma pedra quadrada servia-lhe de carteira. A sua pluma voava...Porque não passaria a noite aqui? diz-se; tenho pão, e sou livre! (...) Ao som desta grande palavra a sua alma exaltou-se...
Le Rouge et le Noir - Stendhal.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

[...] Salomé _


Tu não quiseste que beijasse a tua boca Iokanaan. pois vou beija-la agora! Hei de morde-la com meus dentes, como se morde um fruto verde. [...]


Salomé - Oscar Wilde
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[Imagem: Maud Allan as Salomé with the head of John the Baptiste]

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

por detrás da cortina

geente.. 1ª postagem, não esperem muito..
escrevi isso numa fase de renovação e acho que seria uma boaa tb como inicio.

"sem muita surpresa, ele descobre que é uma espécime em extinção
e não se sente especial. já não importa mais o segredo das estrelas.
ele já não liga mais para essas besteiras!
Ele cresceu. nada mais lhe é semelhante... nenhuma foto, nenhuma musica, nem os livros da estante lhe são familiares. Nenhum santo em seus altares.
Se desfez de sua coleção de instantes, jogou fora as palavras sem significado. deu fim aos 'amores' inacabados...
Agora ele é como uma folha de papel em branco.. ansiando por um qualquer rabisco, um qualquer inicio de algo inteiramente novo!"

H. MorDax

(lembrando que todos os textos e poesias sem os respectivos nomes dos autores, são escritos por mim. exceto as letras de musicas conhecidas.)