segunda-feira, 10 de junho de 2013

Vício de linguagem.

Cada palavra que escrevo, me descreve. Cada ponto, um suspiro. A cada vírgula, uma pausa entre os pensamentos, que correm tão livres e indomáveis, que é preciso colocar-lhes obstáculos, para que diminuam a velocidade. Faço da linguagem meu vício. E injeto silabas nas veias, fumo e bebo poesia. Minha oração se principia no verbo, se faz luz, vento, poeira de estrelas em um universo de cores, sons, cheiros e outras sensações que desconhecem morfologia e sintaxe. Uma sinestesia ao contrário. O inexplicável me transborda, transforma em selvagem, te-le-trans-por-ta. Regresso a tempos primitivos. Então, volto a ser homem das cavernas, tentando representar o indizível, nas paredes da vida.